quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Desencantei este interessante texto sobre o Euro no site da Expo 98, escrito numa altura em que o Euro ainda não existia. O texto é intitulado O Euro e a Europa em expansão e, quanto ao Euro reza:"A nossa moeda para o século XXI será o euro. As alterações começarão no fim deste século, quando o euro for introduzido nos Estados-Membros participantes, de forma a funcionar em paralelo com as moedas nacionais existentes. Durante os primeiros três anos, os cidadãos europeus utilizarão a sua moeda nacional para comprar artigos em lojas e para pagamentos a nível interno. Utilizarão o euro para transacções comerciais com outros países e quando viajarem para o exterior. As vantagens do euro serão rapidamente constatadas. Em termos de negócios, existirá uma moeda estável para todas as transações externas. No que respeita aos turistas, os custos dos câmbios, cerca de 5%, desaparecerão totalmente de cada vez que trocarem moeda para os novos países a visitar. A vantagem final para os europeus verificar-se-á quando o euro for a moeda nacional e internacional. Diminuirá os custos das transacções em 7% e prevê-se um impulso enorme do comércio europeu com o resto do mundo. O Mercado Único Europeu terá uma Moeda Única que, dado o poder económico dos países que o apoiam, irá ser provavelmente a moeda mais forte e mais estável do mundo. " Sete, sim sete anos depois é interessante ver o que é que em 1998 a União Europeia nos impingia sobre o Euro. Certas frases, como por exemplo "As vantagens do euro serão rapidamente constatadas" parecem tiradas de um manual de humor negro... O último parágrafo então é o pleno delírio. "prevê-se um impulso enorme do comércio europeu com o resto do mundo."!!!! Onde está este impulso? Pelo menos para Portugal, não está! Bom, é inútil continuar a bater. O facto é que sempre que a União Europeia deu um passo em frente, houve montões de promessas, mais desenvolvimento económico, mais estabilidade, mais emprego, etc. Mas sempre se verificou que à nossa frente estava o abismo. O facto é que todas as previsões da União Europeia falharam e falharam redondamente. Isto devia obrigar os nossos políticos a parar para pensar, mas não, o raciocínio básico era que mordedura de cão cura-se com pelo de cão e, se a integração levantou problemas, então integra-se mais e, assim sucessivamente.Agora com os votos "Não" de França e da Holanda foram chamados bruscamente à realidade. Embora não muito esperançoso espero que aprendam a lição.
Publicada por O Raio em Domingo, Junho 12, 2005


8 comentários:

"O" anónimo disse...
Caro Raio,Foi lamentável, que não tivessem tido em linha de conta, entre outras coisas, o que se denomina por contingências e, mais lamentável ainda, que tivessem um total desconhecimento da existência de uma arma muito poderosa que os EUA possuem: o dólar!Um abraço,
Segunda-feira, Junho 13, 2005

O Micróbio disse...
E quem não aderiu ao Euro está bem melhor?
Segunda-feira, Junho 13, 2005

O Raio disse...
Micróbio,De um modo geral os países que não aderiram ao Euro (Reino Unido, Dinamarca e Suécia) estão melhor do que a maior parte dos que aderiram ao Euro.Abraços,
Terça-feira, Junho 14, 2005

O Micróbio disse...
Então não peceberei a razão de um mais que provável "não" inglês...
Terça-feira, Junho 14, 2005

O Raio disse...
Micróbio,O Reino Unido está melhor porque não participa em todas as políticas da UE.A Constituição Europeia não prevê excepões, todos os aderentes têm de aceitar todas as políticas.O "Não" inglês é natural porque os ingleses não têm vocação para suicidas.Um abraço,
Terça-feira, Junho 14, 2005

O Micróbio disse...
O "não" inglês seria (uma realidade baseada em suposições) natural não pela razão que apontas mas simplesmente porque a sua mentalidade, bem apoiada em raízes históricas, sempre foi avessa à Europa. Sempre estiveram muito mais virados para questões americanas e asiáticas (até mesmo africanas) do que para as deste lado.
Terça-feira, Junho 14, 2005

O Raio disse...
Caro Micróbio,Escreves que "a sua mentalidade, bem apoiada em raízes históricas, sempre foi avessa à Europa. Sempre estiveram muito mais virados para questões americanas e asiáticas (até mesmo africanas) do que para as deste lado."Referes-te ao Reino Unido, claro mas, e com muito mais propriedade, podias-te referir a Portugal.Se fores ver a História do último milénio vês que Portugal teve sempre muito menos a ver com a Europa do que o Reino Unido.e ainda agora, Portugal é o país europeu cuja capital mais próxima é uma capital africana (Rabat).Em resumo e pelas razões que apontas nós deviamos estar muito mais longe da União Europeia do que o Reino Unido...Um abraço,
Terça-feira, Junho 14, 2005

O Micróbio disse...
Enganas-te... nós rompemos por completo todas as raízes que tínhamos fora da Europa e virámo-nos por completo para a costa terrestre, esquecendo a costa marítima! Os ingleses ainda mantêm todas as suas relações mesmo com as colónias que lhes causaram problemas na altura da independência... até Moçambique (Mozambique) nos "roubaram", agora pertence é um país da Commonwealth.


Leituras recomendadas
The rotten hearth of Europe(O coração podre da Europa)
A União Europeia vista por dentro
God is not great(Deus não é grande)
Será Deus grande? Ou...
The Aachen Memorandum(O memorando de Aachen)
Rotten states?
Operation Hollywood: How the Pentagon Shapes and Censors the Movies
The Anarchist Cookbook
Um clássico! O seu autor pediu recentemente desculpa por o ter escrito.
The rape of Nanking
A descrição da brutalidade do exército japonês em Nanking antes da II Guerra Mundial.Escrito por uma descendente de algumas das vitímas.
The private life of chairman Mao
Memórias do médico privado do Presidente Mao.Embora haja quem duvide da autenticidade destas memórias é interessante lê-las pelo que revelam da China no tempo de Mao.
The History of GovernmentAncient Monarchies and Empires Vol 1
A história de como os povos se governavam, fascinante.
The History of governmentThe intermediate ages Vol 2
The History of Government. Empires, Monarchies and the Modern State Vol 3
Último volume desta trilogia.Faltaria ainda um quarto volume mas o autor faleceu antes de o completar.
State of fear
A obra em que Michael Crichton desmonta a fraude do aquecimento global.

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

EUROPÉIA
No século XV, o comércio europeu sempre em busca de novos produtos e mercados, sentiu necessidade de se estender além das fronteiras européias, em direção à África e ao Oriente. A burguesia e os governos europeus iniciaram, então, o movimento que caracterizou a formação do mundo moderno: A Expansão Ultramarina Européia, iniciada por Portugal e continuada, posteriormente, pela Espanha, Holanda, França e Inglaterra.
Navegar é preciso...
DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO
O desenvolvimento do capitalismo está associado à expansão marítimo-comercial da Europa, cujos resultados foram o descobrimento de novas rotas de comércio para o Oriente e o descobrimento e a conquista colonial da América.
Transformações do século XV
Quando se iniciaram as grandes navegações, no século XV, a Europa atravessava um período de profundas transformações nos setores econômicos, sociais e político: O início da Revolução Comercial, responsável pelo fato de as atividades econômicas terem-se subordinado ao comércio; o crescimento da burguesia mercantil e financeira, que se tornou o grupo social mais rico da Europa; o processo de centralização monárquica, com a concentração dos poderes políticos nas mãos dos reis, e a formação de Estados Nacionais.
EXPANSÃO COMERCIAL
Durante os séculos XII e XIII, o comércio europeu se expandiu num ritmo cada vez mais rápido.
A partir do século XIV o comércio entrou em crise devido a fatores políticos, econômicos e fatores naturais.
A CRISE EUROPÉIA DOS SÉCULOS XIV E XV
A GUERRA DOS CEM ANOS – arruinou Inglaterra e França e afetou toda a Europa, pois destruiu as rotas terrestres.
MONOPÓLIO DAS CIDADES ITALIANAS – as cidades italianas dominavam o comercio das especiarias via Mediterrâneo.
ESGOTAMENTO DAS MINAS DE OURO – não havia ouro suficiente para cunhar moedas.
FOME – entre 1315 e 1317 matou um número enorme de pessoas.
PESTE NEGRA – matou um terço da população européia
A Peste
A Alternativa...
A limitação do mercado consumidor, o esgotamento das minas de metais preciosos e o monopólio italiano no Mediterrâneo provocaram a busca de uma alternativa para expandir o comércio.Portanto, a expansão marítima comercial européia foi resultante da busca de soluções para uma série de problemas do século XIV.
A solução seria trazer um produto que todos quisessem consumir a baixos preços: as especiarias..
O que fazer?
Para vendê-las mais barato era necessário um meio de transportá-las em grande quantidade e a baixo custo, evitando os intermediários.
A SAÍDA: O OCEANO Atlântico - porém não havia rompido marítimas conhecidas que ligassem Europa e Oriente. Era preciso descobri-las.
Os recursos...
Para tal empreendimento era necessário a mobilização em escala nacional, fazendo com que a centralização monárquica fosse um verdadeiro pré-requisito para a expansão marítima.
OS INTERESSADOS...
INTERESSE DOS ESTADOS NACIONAIS – a expansão aumentaria os poderes dos reis, manteria os privilégios da nobreza e elevaria os lucros da burguesia.
INTERESSE DA IGREJA – expansão da fé cristã, justificando a conquista e conversão dos povos não-cristãos.
INTERESSES MATERIAIS – todos os envolvidos queriam enriquecer, projetar-se socialmente.
PORTUGAL - O PIONEIRO
Portugal foi o primeiro país da Europa a se lançar às grandes navegações, no século XV. Fatores que colaboraram:

Centralização administrativa – realizada durante a dinastia de Avis, a centralização administrativa de Portugal permitiu que a monarquia passasse a governar em sintonia com os projetos da burguesia.

Mercantilismo – com a centralização monárquica em Portugal a política dotada foi a mercantilista. O rei desejava fortalecer o Estado e a burguesia seus lucros.
PORTUGAL - O PIONEIRO
Ausência de guerras – enquanto outros países estavam envolvidos em guerras, Portugal era um país sem guerra.

Posição geográfica – banhado em toda a sua costa pelo oceano Atlântico, facilitou a expansão.

Escola de Sagres.
"Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 ac., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra,
Localização Geográfica
Portugal
ETAPAS DA EXPANSÃO PORTUGUESA
1ª ETAPA (1415-1460) – é explorada a costa atlântica da África até o golfo da Guiné, dando a Portugal acesso direto às especiarias.
2ª ETAPA (1460-1498) – continua a exploração do litoral africano em direção ao sul. Bartolomeu Dias descobre o cabo da Boa Esperança (1488) e Vasco da Gama atinge a Índia.
3ª ETAPA (1498-1600) – a partir da expedição de Cabral, os navegadores lusos foram cada vez mais longe: Groelândia, circunavegação da Terra, extremo Oriente e atingiram também a Austrália.
Expansões Marítimas Européias
Expansão Marítima Portuguesa - Rio Tejo/Lisboa
CEUTA - 1415
Ceuta
Expansão Marítima Portuguesa
Ilha da Madeira, 1419 e Arquipélago dos Açores, 1431
Madeira
Açores
Expansão Marítima Portuguesa
Cabo Bojador, 1434 (Gil Eanes)
Expansão Marítima Portuguesa
“Ó MAR SALGADO, quanto do seu sal ·São lágrimas de Portugal ·Por te cruzarmos, quantas mães choraram, ·Quantos filhos em vão rezaram! ·Quantas noivas ficaram por casar ·Para que fosses nosso, ó mar”.
Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu."
Fernando Pessoa
Expansão Marítima Portuguesa
«Partidos dali, houveram vista daquele grande e notável cabo, ao qual por causa dos perigos e tormentas em o dobrar lhe puseram o nome de Tormentoso, mas el-rei D. João II lhe chamou cabo da Boa Esperança, por aquilo que prometia para o descobrimento da Índia tão desejada.»
João de Barros
Cabo das Tormentas, 1488, Bartolomeu Dias
Expansão Portuguesa -Índia/Calecute, Vasco da Gama, 1488
Tratado de Tordesilhas, Portugal e Espanha, 1494
BRASIL!
BRASIL!
BRASIL!
BRASIL!
BRASIL!
CONSEQUÊNCIAS DA EXPANSÃO ULTRAMARINA
Em pouco mais de dois séculos, os europeus estabeleceram seu domínio sobre a América, a África e a Ásia.

A mundialização do comércio permitiu o acúmulo de gigantescos capitais da Europa gerando o capitalismo comercial.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009


A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA E A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
SURGIMENTO DO ANTIGO SISTEMA COLONIALA CONQUISTA ESPANHOLA (1492-1572)§ O expansionismo é uma característica de todas as sociedades de classe.§ Alguns povos ameríndios (incas, maias e astecas) também eram expansionistas; tinham civilizações muito desenvolvidas, com um Estado e um exército fortes.§ Colombo descobre a América em 1492, alcançando as ilhas do Caribe. Os espanhóis tentavam chegar ao Oriente navegando pelo Ocidente.§ O novo continente não despertou interesse inicialmente; mas a concorrência dos outros países europeus levou Portugal e Espanha a ocupar efetivamente as novas terras, criando a colonização mercantilista.§ Na América espanhola essa colonização se deu na forma de uma violenta e rápida conquista (menos de cem anos), onde os povos nativos foram dizimados pela guerra e pelas doenças trazidas pelos europeus (varíola, tifo e até gripe), para as quais eles não haviam desenvolvido defesas, devido ao seu isolamento geográfico.


A CONQUISTA PORTUGUESA DO BRASIL (1530-1599)§ Portugal iniciou o processo de colonização da sua parte das terras americanas tardiamente, pois seus interesses concentravam-se no comércio oriental.§ Numericamente inferiores, os portugueses aproveitaram-se das guerras constantes entre as tribos nativas; ora apoiavam uma tribo, ora outra. Assim se impuseram lentamente.§ Seus primeiros êxitos concentraram-se no Nordeste. A instalação do governo-geral na Bahia em 1549 impulsionou a conquista do restante do litoral.§ Em 1599 os portugueses já controlavam todo o litoral que ia do Rio Grande do Norte a São Vicente.


POLÍTICA INDIGENISTA E COLONIAL§ A conquista ibérica teve primeiramente um caráter indigenista, ou seja, era vista pelos religiosos (jesuítas) e pela Coroa como uma missão evangelizadora, de catequização dos índios e difusão do cristianismo.§ Mas os colonizadores leigos tinham outra visão: queriam aproveitar os indígenas como mão de obra para obtenção de riquezas. Com o tempo esta visão obteve o apoio real e prevaleceu, dando um caráter essencialmente econômico à conquista.§ Assim Portugal e Espanha inauguram a colonização mercantilista, ou seja, ocupação e exploração sistemática do território seguindo a orientação de uma política econômica, o mercantilismo.



CARACTERÍSTICAS DO MERCANTILISMOØ Metalismo.Ø Protecionismo alfandegário.Ø Balança comercial favorável.Ø Produção manufatureira voltada para a exportação.Ø Incentivo ao crescimento demográfico.Ø Colonialismo.Ø Manutenção do monopólio comercial.


COLONIZAÇÃO IBÉRICA: DIFERENÇAS E SEMELHANÇASØ Colonização espanhola: mineira (baseada na exploração de metais preciosos).Ø Colonização portuguesa: agrícola (baseada na plantação de produtos agrícolas com alto valor comercial - açúcar).

Ø Semelhanças: aplicação das práticas mercantilistas (sistema colonial).Ø Na colonização portuguesa o tráfico negreiro era essencial: sem os escravos não se plantava (escravismo colonial). Assim os senhores de engenho dependiam totalmente da metrópole para obter a mão-de-obra e vender os seus produtos.Ø A isto se denominou pacto colonial ou exclusivo metropolitano, ou seja, a transformação dos territórios ultramarinos em colônias (mercados consumidores e fornecedores de matérias-primas) e dos países europeus em metrópoles (mercados produtores e fornecedores de manufaturados), baseando-se na exclusividade da metrópole no comércio e na produção.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Expansão ultramarina

A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA E A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
SURGIMENTO DO ANTIGO SISTEMA COLONIALA CONQUISTA ESPANHOLA (1492-1572)§ O expansionismo é uma característica de todas as sociedades de classe.§ Alguns povos ameríndios (incas, maias e astecas) também eram expansionistas; tinham civilizações muito desenvolvidas, com um Estado e um exército fortes.§ Colombo descobre a América em 1492, alcançando as ilhas do Caribe. Os espanhóis tentavam chegar ao Oriente navegando pelo Ocidente.§ O novo continente não despertou interesse inicialmente; mas a concorrência dos outros países europeus levou Portugal e Espanha a ocupar efetivamente as novas terras, criando a colonização mercantilista.§ Na América espanhola essa colonização se deu na forma de uma violenta e rápida conquista (menos de cem anos), onde os povos nativos foram dizimados pela guerra e pelas doenças trazidas pelos europeus (varíola, tifo e até gripe), para as quais eles não haviam desenvolvido defesas, devido ao seu isolamento geográfico.A CONQUISTA PORTUGUESA DO BRASIL (1530-1599)§ Portugal iniciou o processo de colonização da sua parte das terras americanas tardiamente, pois seus interesses concentravam-se no comércio oriental.§ Numericamente inferiores, os portugueses aproveitaram-se das guerras constantes entre as tribos nativas; ora apoiavam uma tribo, ora outra. Assim se impuseram lentamente.§ Seus primeiros êxitos concentraram-se no Nordeste. A instalação do governo-geral na Bahia em 1549 impulsionou a conquista do restante do litoral.§ Em 1599 os portugueses já controlavam todo o litoral que ia do Rio Grande do Norte a São Vicente.POLÍTICA INDIGENISTA E COLONIAL§ A conquista ibérica teve primeiramente um caráter indigenista, ou seja, era vista pelos religiosos (jesuítas) e pela Coroa como uma missão evangelizadora, de catequização dos índios e difusão do cristianismo.§ Mas os colonizadores leigos tinham outra visão: queriam aproveitar os indígenas como mão de obra para obtenção de riquezas. Com o tempo esta visão obteve o apoio real e prevaleceu, dando um caráter essencialmente econômico à conquista.§ Assim Portugal e Espanha inauguram a colonização mercantilista, ou seja, ocupação e exploração sistemática do território seguindo a orientação de uma política econômica, o mercantilismo.CARACTERÍSTICAS DO MERCANTILISMOØ Metalismo.Ø Protecionismo alfandegário.Ø Balança comercial favorável.Ø Produção manufatureira voltada para a exportação.Ø Incentivo ao crescimento demográfico.Ø Colonialismo.Ø Manutenção do monopólio comercial.COLONIZAÇÃO IBÉRICA: DIFERENÇAS E SEMELHANÇASØ Colonização espanhola: mineira (baseada na exploração de metais preciosos).Ø Colonização portuguesa: agrícola (baseada na plantação de produtos agrícolas com alto valor comercial - açúcar).Ø Semelhanças: aplicação das práticas mercantilistas (sistema colonial).Ø Na colonização portuguesa o tráfico negreiro era essencial: sem os escravos não se plantava (escravismo colonial). Assim os senhores de engenho dependiam totalmente da metrópole para obter a mão-de-obra e vender os seus produtos.Ø A isto se denominou pacto colonial ou exclusivo metropolitano, ou seja, a transformação dos territórios ultramarinos em colônias (mercados consumidores e fornecedores de matérias-primas) e dos países europeus em metrópoles (mercados produtores e fornecedores de manufaturados), baseando-se na exclusividade da metrópole no comércio e na produção.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Expansão Marítima

A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.

FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO

- Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação;
- O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica;
- Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais;
- A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV;
- Expandir a fé;

OBJETIVOS DA EXPANSÃO

- Metais;
- Mercados;
- Especiarias (Noz Moscada, Cravo...)
- Terras;
- Fiéis;

PIONEIRISMO PORTUGUÊS

- Precoce centralização Política;
- Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) *
- Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa;
- Capital (financiamento de Flandres);
- Posição Geográfica Favorável;